O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação, anunciou o retorno das atividades escolares na rede estadual de ensino, para o dia 7 de junho. As atividades escolares estão suspensas desde março de 2020 e vem ocorrendo somente de forma remota.
O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, Neurilan Fraga, alerta que antes do retorno é preciso observar como está a situação pandêmica no estado, avaliar o crescimento da curva do número de contaminados, das mortes e da taxa de ocupação dos leitos de UTIs e clínicos. “Defendo o retorno das aulas, tanto nas escolas estaduais como municipais, inclusive na data prevista de 7 de junho. Entretanto, o secretário estadual de Saúde, Gilberto Figueiredo, declarou publicamente que Mato Grosso está entrando na terceira onda da covid-19 e disse que nas próximas semanas o avanço da doença refletirá na rede hospitalar do estado. Isso nos deixou muito preocupado, pois não podemos colocar em risco os profissionais da educação, que ainda não foram vacinados, nossas crianças, jovens e adolescentes, muito menos os seus familiares”, assinalou, ponderando que se a nova onda for confirmada nos próximos dias, será contra o retorno das atividades escolares mesmo no sistema híbrido como está propondo o governo.
Conforme dados da Secretaria de Estado de Saúde, a taxa de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva-UTIs em Mato Grosso subiu para 86%. Com relação às enfermarias, também aumentou para 38%. O último boletim aponta que 393.877 casos foram confirmados de covid em Mato Grosso, sendo registrados 10.675 óbitos. Nas últimas 24 horas, foram 623 novos casos.
Fraga ressalta, ainda, que constantemente tem recebido telefonemas, mensagens e acompanhado nas redes sociais muitos pais manifestando que não levarão os seus filhos para as escolas se não tiverem seguros de que os estudantes não correm risco de contaminação pela covid-19.
“Nesse caso, precisamos respeitar a decisão desses pais, pois são atitudes prudentes, cautelosas e responsáveis de quem ama os seus filhos. Em momentos críticos, como esse que estamos vivendo e, principalmente, com o anúncio do secretário de que o quadro pandêmico vai se agravar no estado, não podemos deixar de ser solidários com os pais que tomarem essa atitude”, frisou.
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Desde o início da pandemia, a AMM tem orientado os prefeitos com o repasse de informações, recomendando a adoção de medidas de biossegurança, de distanciamento social e na assistência médica e hospitalar.
No último dia 3 de fevereiro, a AMM recomendou a todos os prefeitos que as atividades escolares fossem retomadas de forma remota, devendo progredir para o regime híbrido e, posteriormente, para a modalidade presencial.
Em relação ao sistema remoto e híbrido, os gestores deveriam se atentar ao acesso que os professores e os alunos da rede pública têm à internet, pois tal ferramenta é imprescindível nesse tipo de sistema. Já quanto à modalidade presencial de ensino, os gestores deveriam tomar os cuidados necessários em relação à biossegurança, ao distanciamento social e observar atentamente como está o quadro epidemiológico do município e do estado.
Além disso, a instituição auxilia os gestores na aplicação lícita, transparente e eficiente dos recursos financeiros destinados para o combate à covid -19, como também na prestação de contas desses gastos para os órgãos de controle e de fiscalização, como o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Tribunal de Contas da União (TCU).