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Da Bahia para o noroeste de MT: delegado anseia por uma polícia cada vez mais científica e moderna

Raquel Teixeira/Polícia Civil-MT 

Da Bahia para o norte de Mato Grosso, esse profissional percorreu boa parte dos municípios do norte, nordeste e noroeste do estado em sua carreira como delegado da Polícia Civil do Estado e para ele, distância não é empecilho para desempenhar o trabalho diário. Carlos Francisco Moraes, 52 anos, ou mais conhecido como delegado ‘Carlos Baiano’, saiu de sua terra natal, na Costa do Cacau no sul da Bahia, com sua família, para assumir há nove anos o novo cargo na Polícia Civil de Mato Grosso.

Na bagagem, trouxe a experiência de 15 anos como investigador da Polícia Civil baiana, cargo que exerceu depois de passar pelo Exército Brasileiro, onde fez parte do Batalhão da Guarda Presidencial, e também no como mecânico de manutenção de aeronaves. Formado em Direito pela Faculdade de Tecnologia e Ciências de Itabuna, Carlos busca aprimoramento constante e já concluiu pós-graduações em Inteligência de Segurança Pública, Direito de Polícia Judiciária e Gestão de Pessoas e está concluindo o curso de Gestão Integrada de segurança pública.

Sempre pronto a auxiliar as equipes com quem trabalha, Carlos Moraes ingressou na instituição em 2012 e assumiu a delegacia da distante Canabrava do Norte, no Araguaia. Lá, conheceu boa parte da região, que engloba também as cidades no entorno do Parque Indígena do Xingu.

Em 2014, foi designado para a Delegacia de Alta Floresta, onde permaneceu até julho de 2019, quando então assumiu um novo desafio, a Delegacia Regional de Juína, que administra as delegacias da região noroeste do estado, uma das áreas mais extensas e com acessos complicados a distritos distantes das sedes dos municípios.

Experiência na Bahia

Com um sorriso largo no rosto, o baiano, pai de duas filhas, recorda das experiências vividas na Polícia Civil do estado natal. Uma delas foi uma operação realizada em 2011, que investigou roubos a bancos na região de Uruçuca, cidade no sul da Bahia. Durante a perseguição na via de acesso a uma fazenda, onde um grupo criminoso estava escondido, houve troca de tiros e três assaltantes  morreram em confronto com os policiais. Entre eles estava o autor do homicídio do delegado de Camaçari, Clayton Leão, morto em uma emboscada em maio de 2010, no momento em que concedia entrevista a uma rádio da região. O momento da execução foi registrado pela rádio e pela mulher do delegado, que o acompanhava.

Do Nordeste ao Norte de MT

Do trabalho na primeira regional da Polícia Civil onde foi lotado, o delegado Carlos relembra de uma ação que prendeu uma dupla investigada por 17 assaltos ocorridos nos municípios de Confresa e Porto Alegre do Norte. Com os dois criminosos, os policiais civis apreenderam uma submetralhadora 9mm e uma espingarda identificadas como as mesmas utilizadas em diversos roubos cometidos na região.

Já na próxima delegacia onde passou a atuar em 2014, Carlos rememora um crime que abalou a região de Alta Floresta, quando dois irmãos, com 20 e 27 anos, foram encontrados executados com tiros na cabeça, dentro da residência de uma fazenda, no distrito de São José do Apuy, em Nova Monte Verde. Os corpos foram encontrados pelo pai das vítimas, que estranhando a demora em voltar para casa foi ao encontro dos filhos. As investigações concluíram que os irmãos foram vítimas de latrocínio. Quatro integrantes de uma quadrilha especializada em roubos, que atuava em Alta Floresta e região, foram identificados como autores do crime. Segundo a Polícia, as vítimas foram executadas por terem visto os rostos dos assaltantes.

Carlos Moraes destaca ainda as operações realizadas na região, como a Valquíria e a Perseus, que investigaram grupos criminosos com envolvimento em tráfico de drogas, roubos e homicídios registrados em Alta Floresta. As duas operações levaram à prisão de 13 pessoas, entre elas uma mulher que foi apontada como líder da quadrilha e até hoje permanece detida na penitenciária feminina de Cuiabá.

Outra operação que ele destaca e teve colaboração da Regional de Juína no planejamento estratégico foi a Vitae 3, com integração das forças de segurança da regional de Alta Floresta, que cumpriu no ano passado  87 mandados de prisão, busca e apreensão, dos quais 33 de prisões de preventivas em municípios da região norte, noroeste e em Cuiabá. As investigações apontaram que a suspeita de comandar a organização nessas cidades é uma mulher de 29 anos, que cumpre mais de 100 anos de condenação na penitenciária na Capital, e a mesma presa na Operação Perseus.

Juína: extensão e desafios

Já como delegado regional em Juína – que abrange cidades com grandes extensões territoriais como Colniza, Aripuanã, Cotriguaçu, Juruena, Juara, Castanheira, Porto dos Gaúchos e Tabaporã,  Carlos Francisco coordenou com as equipes diversas operações que levaram à prisão integrantes de uma organização que fomentava o tráfico e crimes conexos. Um destaque é a Operação Apocalipse 1 e 2 realizada em Juína, que levou ao indiciamento de 33 pessoas pelos crimes de organização criminosa, associação para o tráfico e tráfico de drogas, além de crimes conexos, entre eles o de corrupção de menores.

A Operação Gold and Earth, que abrangeu as cidades de Colniza e Aripuanã, levou a presença maciça das forças policiais aos municípios para combater tráfico de drogas e crimes conexos, como homicídio e porte ilegal de arma de fogo. “Esse tipo de ação é muito exitosa, porque leva tranquilidade para a população mais afastada”, frisou o delegado. Em Colniza, a Gold end Earth, coordenada pela SESP, cumpriu 12 mandados de busca e apreensão foi realizada em distritos distantes das sedes, como Guatá, Guariba e Taquaruçu do Norte.

Outra ação importante da Polícia Civil na região foi a investigação e prisão dos envolvidos nos crimes de sequestro e extorsão praticados contra o prefeito Colniza.

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Quando perguntado quais os desafios para a Polícia Civil nos próximos anos, Carlos Moraes é rápido ao responder que a independência funcional é um passo fundamental para o fortalecimento da instituição. “Alcançar a independência funcional, com autonomia administrativa e financeira, dispondo de dotação própria, para que a Polícia Civil possa programar e executar seu planejamento estratégico, atuando de acordo com as peculiaridades e necessidades visando três eixos – a infraestrutura, meios de trabalho e capacitação do efetivo”, pontua o delegado.

O baiano que veio construir sua carreira de delegado em Mato Grosso finaliza dizendo que ter uma Polícia Judiciária cada vez mais científica é essencial para que a intuição possa apresentar um trabalho de investigação criminal que atue, protegendo e respeitando direitos fundamentais e garantias constitucionais, não só das vítimas, mas também das pessoas investigadas.

Fonte: PJC MT

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