Sócios dos grupos Bom Futuro, Amaggi e Scheffer ainda tem relações familiares
Uma lista com os 5 maiores grupos de produtores agrícolas do Brasil responsáveis por mais de 1,593 milhão de hectares cultivados por ano, tem 3 nomes de Mato Grosso bastante conhecidos e que reúnem, inclusive, empresários do mesmo grupo familiar: Bom Futuro, Amaggi e Scheffer. Nesse contexto, o mega-empresário Eraí Maggi Scheffer, conhecido como o “Rei da Soja” no País, é o elo que une os 3 conglomerados rurais produtores de grãos como soja e milho, além de algodão e outras culturas.
Eraí é dono do Grupo Bom Futuro, empresa que lidera o ranking com 530 mil hectares de área plantada. Também é primo do ex-ministro da Agricultura, ex-governador e ex-senador por Mato Grosso, Blairo Maggi (PP), principal nome da multinacional Amaggi, que ocupa a 3ª posição com uma plantação de 258 mil hectares. Ainda, Eraí faz parte da família Scheffer, que empresta o sobrenome ao grupo ocupante do 4º lugar com 224 mil hectares plantados.
O ranking dos “top 5” traz em 2º lugar a SLC Agrícola com 448.568 mil hectares plantados. Trata-se de uma das maiores produtoras mundiais de grãos e fibras, focada na produção de algodão, soja e milho. A empresa, com matriz em Porto Alegre (RS), possui 16 unidades de produção localizadas em 6 estados e está prestes a assumir a primeira posição da lista, desbancando a empresa de Eraí Maggi.
Isso porque, a SLC Agrícola anunciou recentemente que irá incorporar a Terra Santa, empresa que assume a quinta posição do ranking com mais de 133.300 mil hectares de área plantada de soja, algodão e milho. O grupo possui 7 unidades de produção em Mato Grosso, dentre terras próprias e arrendadas que estão nos municípios de Nova Maringá, Tabaporã, Diamantino, Nova Mutum, Santa Rita do Trivelato e Campo Novo do Parecis (duas unidades).
Quando for concluído o processo de controle das operações da Terra Santa Agro, o grupo SLC Agrícola vai liderar o topo dos 5 dos maiores grupos do agronegócio em acumulação de terras em uso. Em seu site, a empresa informa que dos 448.568 hectares plantados no ano-safra 2019/20, são 125.462 hectares de algodão, 235.444 hectares de soja, outros 82.392 hectares de milho e ainda 5.270 hectares de outras culturas. Ressalta ainda que “foi uma das primeiras empresas do setor a ter ações negociadas em Bolsa de Valores no mundo, tornando-se uma referência no seu segmento”. Além do agronegócio, ela atua também no comércio de máquinas agrícolas, através das empresas SLC Agrícola e SLC Máquinas e está presente em diversas localidades do Brasil empregando cerca de 4 mil colaboradores. Seu faturamento anual em 2019 foi superior a R$ 3 bilhões.
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Em Mato Grosso, o grupo faz a gestão da Fazenda Pioneira de 20 mil hectares, situada no município de Querência, voltada apenas para a produção agrícola (sem investimento em terras). A administração na fazenda arrendada é feita de forma conjunta com o Grupo Roncador sendo que a SLC Agrícola recebe uma remuneração pela gestão da operação. Sua área plantada na safra 2019/20 foi de 29.874 hectares. A SLC Agrícola também arrenda 16.213 hectares da Fazenda Perdizes, situada em Porto dos Gaúchos (MT), cuja área plantada na safra 2019/20 foi de 26.295 hectares.
De acordo com o Compre Rural, portal especializado em conteúdo rural, os 5 grupos foram elencados utilizando o volume de terras que são destinadas a agricultura, sendo que grande parte deles foca a sua produção em soja, milho e algodão. A publicação destaca que todas as 5 empresas listadas são soberanas na produção de grãos, soja e milho e algodão. Enfatiza que elas contam com maior presença produtiva em Mato Grosso, Estado onde estão as matrizes do Grupo Amaggi, Bom Futuro e do Grupo Scheffer. “Estes dois últimos cuidam inclusive de pecuária, enquanto o Amaggi também opera uma trading global e em energia, neste último item junto ao Bom Futuro”, detalha a publicação.
GRUPO BOM FUTURO
O destaque dos “Top 5” é o Grupo Bom Futuro de Eraí Maggi, que figura como um dos maiores do mundo com mais de 530 mil hectares de área plantada. A soja é principal cultura cultivada nas unidades do Grupo com uma média de 280 mil hectares, totalizando uma produção aproximada de 1,3 milhão de toneladas por safra.
Em seu site, a empresa informa que é destaque mundial em produtividade sustentável, possibilitando a atuação em 7 áreas; agricultura, pecuária, piscicultura, sementes, energia, aeroportuário e imobiliário. Nesta safra, o Bom Futuro plantou quase 240 mil hectares de soja e, na safrinha, 70 mil hectares de algodão e 70 mil de milho. Também colhe um milhão de sacas de sementes, engorda 40 mil bois em semiconfinamento, por meio da integração lavoura-pecuária, e produz dez toneladas de pescado por ano com outros produtores integrados.
Atualmente, a empresa Bom Futuro tem 32 unidades centralizadoras de produção em Mato Grosso, 21 unidade de beneficiamento e armazenamento de grãos, 9 unidade de beneficiamento de algodão e 3 unidade de beneficiamento de sementes. “O que realmente dá satisfação e orgulho é gerar 4 mil empregos e movimentar a economia do estado e de 20 municípios onde o grupo está presente. Isso é o que importa”, disse Eraí Maggi ao Compre Rural, em entrevista publicada no dia 23 de novembro.