Embora ressalte que a pandemia do coronavírus não está vencida – “casos diários continuarão acontecendo enquanto não surgir uma vacina” -, o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, destaca o papel fundamental do Centro de Triagem Covid-19, aliado ao envio de testes rápidos e medicamentos aos municípios, para uma queda significativa dos casos confirmados.
Na entrevista, ele ainda explica que, a determinação do “Governo Mauro Mendes em honrar os compromissos assumidos, colocando os repasses municipais rigorosamente em dia”, resultou em credibilidade da atual gestão, junto aos prefeitos.
De acordo com o secretário, essa credibilidade da gestão permite que, simultaneamente ao combate à pandemia, o Estado invista na melhoria da estrutura física e na ampliação das especialidades médicas das unidades hospitalares, para melhorar o atendimento e reduzir as filas de espera.
Leia a entrevista na íntegra
Secretário, 2020 foi um ano atípico para a Saúde Pública, por conta da pandemia. Com todas as dificuldades, podemos dizer que a Saúde em Mato Grosso está funcionando?
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Gilberto Figueiredo – Com exceção das cirurgias eletivas, interrompidas por força da pandemia, todas as nossas unidades estão devidamente abertas e atendendo a população. Especialmente os serviços de urgência e emergência e de alta complexidade, que são obrigações do Governo do Estado.
Todos os nossos hospitais estão trabalhando com capacidade máxima. Fizemos ajustes necessários para combater uma doença infectocontagiosa, a Covid-19, e agora, em um novo patamar que já permite uma reordenação dos leitos, já estamos trabalhando para a reativação das cirurgias eletivas.
Muitas pessoas são céticas em relação ao tratamento precoce e à realização de exames para diagnóstico do coronavírus. Porém, desde que o Governo do Estado implantou o Centro de Triagem Covid-19, na Arena Pantanal, e encaminhou testes rápidos e medicamentos para os municípios do interior, os índices vêm caindo. É coincidência ou são estas ações que estão trazendo bons resultados no combate à pandemia?
Gilberto Figueiredo – Não dá para acreditar que seja apenas coincidência. Céticos existem em todo tipo de assunto. Assim como há os que acreditam em uma estratégia e colocam-na em prática. Esta experiência apresenta êxitos em vários Estados brasileiros. Embora não haja ainda um estudo científico comprobatório, onde estas ações foram praticadas houve um declínio significativo do número de casos.
Quando decidimos atuar mais fortemente nesta direção, fizemos em consonância com o Comitê Estratégico de Combate à Covid-19, em alinhamento com a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, com o Conselho Regional de Medicina.
Felizmente, o trabalho feito no Centro de Triagem Covid-19, sob a tutela do Governo do Estado, somado às ações conjuntas com os secretários municipais e prefeitos de 141 municípios, apontam em nossos indicadores uma queda substancial. O que, neste momento, nos traz uma situação de menor desconforto, embora total conforto só quando tivermos a vacina e medicamentos próprios para o tratamento da pandemia.
É possível dizer que a pandemia do coronavírus, em Mato Grosso, está controlada?
Gilberto Figueiredo – Chegamos em um platô. Mas temos ainda, em média, 800 casos diários e que vão continuar acontecendo enquanto não surgir uma vacina. É uma doença infectocontagiosa, cujo principal agente transmissor é o ser humano. A aglomeração e convivência das pessoas fazem com que a contaminação continue existindo.
Não diria que a pandemia esteja 100% controlada, nem aqui nem em qualquer lugar do mundo. O que temos, neste momento, é um controle maior de nossa capacidade hospitalar, dos leitos definidos para atender casos graves. Estamos próximos dos 50% de ocupação destes leitos, o que nos deixa mais tranquilos quanto à demanda de atendimento.
O cenário da saúde em 2019 é totalmente diferente de 2020, especialmente com relação aos repasses para os municípios, que estão rigorosamente em dia. Como foi possível chegar a este nível de avanços e melhorias em tão pouco tempo, mesmo com a pandemia?
Gilberto Figueiredo – Pré-disposição, propósito e determinação do Governo Mauro Mendes. Honrar os compromissos assumidos. Todas as reformas desenvolvidas no primeiro ano de gestão nos permitem hoje assegurar o cumprimento de todas as promessas e compromissos.
Estamos praticamente com 22 meses de gestão, com os repasses dos municípios rigorosamente em dia. E lembrando que assumimos com praticamente um ano de pagamentos atrasados e sem repasses. Por isso, este é um Governo com credibilidade. Atrai investidores para Mato Grosso e tem credibilidade junto aos prefeitos. Sabem que cumpre o que promete e que até o final desta gestão será assim.
Secretário, falando um pouco de obras. O governador Mauro Mendes sempre afirma que temos um esqueleto, cuja existência é uma vergonha para a sociedade, principalmente, porque passou anos por vários gestores e nada foi feito. A atual gestão já lançou a licitação para a retomada da obra do Hospital Central. Em que fase está esse processo?
Gilberto Figueiredo – Estamos na fase final, no julgamento das propostas. Já passamos pela fase da habilitação e estamos aguardando o prazo para os recursos das empresas, que se encerra na quarta-feira da semana que vem. Em seguida, finalizamos o julgamento e publicamos os resultados.
Queremos o mais rápido possível assinar o contrato com a empresa que irá resgatar este esqueleto, de 9 mil metros quadrados. Não será mais o antigo, mas um novo Hospital Central com 32 mil metros quadrados.
Esta determinação do nosso governo não é apenas com o Hospital Central. O Adauto Botelho está em reforma (mais de R$ 14 milhões de investimentos), Hospital de Sorriso está em reforma e ampliação…
O nosso portfólio de investimento, que divulgaremos em breve, é praticamente o maior já visto na história da Saúde estadual. Com robustos investimentos para assegurar que estas iniciativas aconteçam e possamos entregá-las ainda na gestão do governador Mauro Mendes.
Estão ocorrendo ainda muitas reformas e ampliações em hospitais regionais. Essas obras começaram após a pandemia?
Gilberto Figueiredo – Na verdade, desde o início da atual gestão, quando colocamos em curso um programa de modernização de nossas unidades hospitalares. Nossos hospitais estão, há mais de um ano, passando por melhorias significativas em suas estruturas.
Como não se pode fechar um hospital para reformá-lo totalmente, tudo está acontecendo concomitantemente – atendimento e melhorias. Até o final desta gestão, queremos atingir o objetivo de modernizar todas as nossas unidades hospitalares, ampliá-las e ainda conceber novos hospitais, que estão em nossa planilha de planejamento.
Essas modernizações nas unidades de saúde ocorrem em todas as regiões do Estado. O que a população pode esperar da Saúde em Mato Grosso para 2021?
Gilberto Figueiredo – Melhorias substanciais. Não só da estrutura física. Queremos, sim, quando as pessoas necessitarem de nossos hospitais, que encontrem um ambiente confortável e de credibilidade para serem atendidas.
Por isso, precisamos melhorar também a oferta de procedimentos. Em breve, lançaremos um cardápio substancial com o objetivo de reduzir as filas de espera, seja na alta complexidade ou nas cirurgias, e ampliar as especialidades de atendimento em nossos hospitais.
Mas, para isso, precisávamos investir na infraestrutura, na aquisição de equipamentos, para proporcionar aos nossos profissionais as condições necessárias para prestação de um bom serviço à população.
Já tem esta programação?
Gilberto Figueiredo – Sim. Temos um planejamento estratégico. Os hospitais Adauto Botelho (Cuiabá) e Regional de Sorriso estão em obras.
Estamos na fase final de lançamento do edital da reforma e ampliação das antigas instalações do Hospital São Tomé, no bairro Consil, em Cuiabá, adquirido pelo Governo do Estado e há tempos abandonado. Nele, instalaremos o Cermac (Centro Estadual de Referência em Média e Alta Complexidade) e o Hemocentro.
Estamos em fase final do projeto do Lacen (Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso), ao lado do futuro Hospital Central; temos a reforma dos hospitais de Cáceres e de Colíder, Sinop e Rondonópolis.
Enfim, um portfólio substancial, que praticamente abarca todas as unidades de saúde administradas pelo Governo do Estado, incluindo a modernização e reforma completa da sede da Secretaria de Estado de Saúde.