Para marcar o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica – 29 de agosto – a Assembleia Social e o Movimento Mães pela Diversidade estão promovendo uma campanha de comunicação por meio das redes sociais, com o tema “Mulheres que amam mulheres que amam mulheres”.
A proposta é apresentar o amor das mães por suas filhas lésbicas e defender o direito a amar e ser amada, sem preconceito nem distinção. “Quando elas encontram apoio familiar, elas se sentem mais protegidas e empoderadas para serem quem são”, constata a coordenadora do Mães Pela Diversidade em Mato Grosso, Josi Marconi.
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A data, 29 de agosto, foi escolhida em alusão ao 1º Seminário Nacional de Lésbicas (Senale), realizado nesse dia no ano de 1996, e passou a representar a luta pela eliminação da lesbofobia no Brasil. Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, de 2017, seis mulheres são vítimas de estupro por dia, pelo simples fato de assumirem a orientação sexual – o comumente chamado “estupro corretivo”.
“Eu queria que não precisasse desse dia [da Visibilidade Lésbica], mas as pessoas precisam entender que as lésbicas existem, que amam e que nós, mães, as amamos”, refletiu Josi Marconi. “São mulheres e devem ser respeitadas, devem se sentir acolhidas e pertencentes a esta sociedade”, completa.
A campanha para rede social é composta por um vídeo de 1 minuto e um cartaz, com registros de afeto entre mães e filhas. “O Mães Pela Diversidade nos procurou e acolhemos prontamente. Colocamos nossa equipe de Comunicação à disposição e o resultado foi essa mensagem singela e importante. Seguimos defendendo uma sociedade mais justa para todas as pessoas. E que o amor seja sempre o leme”, resumiu a diretora da Assembleia Social, Daniella Paula Oliveira.
“É muito importante que a Assembleia [Legislativa de Mato Grosso] esteja junto nessa [luta], porque ela representa o povo. E o povo não é formado só de heterossexuais”, enaltece Josi Marconi.
A jornalista Keka Werneck e sua filha, a estudante de Jornalismo Helena Werneck, também participaram da campanha, com fotos desse amor maternal e com um breve relato sobre a trajetória delas. “Nós escolhemos lidar com isso [a orientação sexual da filha] de uma forma natural, como qualquer questão humana”, narrou Keka, que é membro do Mães Pela Diversidade.
“As lésbicas são mulheres comuns, diversificadas, vivendo suas vidas, mas que estão pedindo a liberdade de amar quem quiserem”, conta Keka, registrando que não há um perfil da mulher lésbica e ressaltando a incoerência da lesbofobia.
Keka aproveita e convida mães, pais e familiares a compreenderem seus filhos de alguma orientação sexual ou gênero diverso do padrão imposto pela sociedade e protege-los, acolhe-los. “Os pais devem trabalhar para que os filhos sofram menos, não o contrário”, avalia, fazendo alusão aos casos de violência dentro de casa.
Helena, a filha dela, em trecho do vídeo, destaca: “O fato de ela ter me apoiado faz eu me sentir como uma pessoa como qualquer outra, eu não me vejo como diferente”.
Tanto Josi quanto Keka destacaram em suas falas o orgulho que têm de suas filhas. “Isso não tem nada a ver com a sexualidade dela. Eu me orgulho é do caráter, do profissionalismo, da bondade dela. E tenho muito orgulho de ela se assumir e de poder ser feliz”, conta Marconi. “Eu amo a Helena como ela é e essa é só mais uma característica dela. O que importa é o caráter, a profissão escolhida, se ela tem amigos, a saúde física e mental dela…”, lista Werneck.
O Mães Pela Diversidade é uma organização nacional que congrega mães, pais e familiares para promover ações de defesa de seus filhos LGBTQIA+ e de combate à LGBTfobia. “A família é amor e é isso que deixa tudo mais bonito, mais colorido”, finaliza Josi Marconi.