O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, disse agora há pouco que o vazamento ocorrido ontem (21) na barragem de Jati (CE) teve como causa o rompimento de um duto que emite água para o Eixo Norte do Projeto São Francisco, na direção da Paraíba e do Rio Grande do Norte.
Segundo Marinho, a Construtora Ferreira Guedes já está trabalhando para garantir a estabilização da parede. A previsão é de que, em até 72 horas, as cerca de 2 mil pessoas que tiveram que sair de suas casas possam retornar a suas residências.
Marinho disse que o vazamento ocorreu nesta sexta-feira por volta das 17 h em decorrência de “algum problema mecânico” no duto. “Aconteceu com muita velocidade e intensidade. Os técnicos foram ao local e o plano [Plano de Ação Emergencial] foi acionado porque não tínhamos [até então] condições de dimensionar o dano na parede da represa”, disse.
O ministro explicou que apenas após amanhecer que os técnicos verificaram a extensão do problema. “Era necessário verificar a segurança até para que os reparos fossem feitos. O início da obra já começou, pela Construtora Ferreira Guedes, visando garantir a estabilização da parede para, a partir daí, trabalharmos a integridade da estrutura de toda a barragem”.
Os técnicos estimam uma perda de quase 2 milhões de metros cúbicos de água. “Nesse caso não se perde tudo, porque a água foi [naturalmente] escoada a outra barragem, na linha de seis barragens na fronteira com a Paraíba”, disse Marinho.
O ministro informou que uma outra avaliação será feita amanhã (23), para ver se é possível antecipar o retorno das pessoas a suas residências, em prazo inferior ao inicial, de 72 horas. “A barragem continua íntegra, com sua sustentabilidade preservada. Tem mais de 140 metros de largura. Ainda tem 80 ou 90 metros, o que é mais do que suficiente para segurar a água”, disse.
Ainda segundo Marinho, toda documentação necessária para a decretação de situação de emergência e/ou de calamidade já está sendo preparada pela Defesa Civil em parceria com a prefeitura local – o que deve ocorrer ainda hoje.
“Sabemos que esta é uma obra de muita complexidade, iniciada há 15 anos. Receber a água é o momento do teste, para ver se está trudo certo”, disse o ministro. “Mas vamos dar todo apoio tanto à empresa que está fazendo a reestruturação, quanto aos técnicos para darem continuidade ao processo”.
Marinho disse que o incidente não prejudicará os testes operacionais no Cinturão das Águas do Ceará (CAC), que abastece de água vários municípios cearenses, nem a conclusão da transposição do Rio São Francisco na região, que está prevista para o ano que vem.
Edição: Fábio Massalli