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Alto Paraguai vê vocação na piscicultura e busca expansão; veja o vídeo

Piscicultura Princesa Alto Paraguai

Fortemente dominado pelo garimpo nos anos 70, 80 e 90, o município de Alto Paraguai (218 km a Médio-Norte de Cuiabá) hoje é uma das principais regiões para cultivo de peixes de água doce em Mato Grosso. As crateras deixadas pelas escavações em busca de ouro e diamante foram transformadas em tanques de piscicultura e hoje produzem aproximadamente 265 toneladas mensalmente.

Anualmente, a piscicultura no município comercializa aproximadamente 3,5 mil toneladas de peixes. A piscicultura em Alto Paraguai representa 7% do valor total da produção de peixes do Estado, ocupando a 3ª posição no ranking estadual da aquicultura, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2018, gerando R$ 16,8 milhões para a economia do Estado com a produção de diversas espécies, sendo o tambacu a mais produzida.

Em entrevista ao , a prefeita do município Diane Alves conta que após o ápice do garimpo, o município passou a procurar outras formas de economia. “Até porque o garimpo é uma atividade que geralmente não se investe dentro do próprio município. São pessoas que vem e costumam levar esse dinheiro do diamante para fora”, observa. Passado o período de extrativismo mineral, o cultivo de minhoca passou a sustentar a economia do município por muito tempo. Depois, no município vizinho, em Diamantino (208 km a Médio-Norte), se instalaram as empresas Carrol’s Foods (atual Suinobras) e JBS, que juntas empregam em torno de 1,5 mil dos quase 13 mil residentes de Alto Paraguai.

Foi por meio de um programa desenvolvido pela então primeira-dama do Estado, Thelma de Oliveira, que Alto Paraguai descobriu na piscicultura sua vocação. “Por causa do lençol freático baixo que a gente tem aqui. A gente tem o rio Paraguai nascendo aqui, o Pantanal nasce aqui. Então começamos a descobrir a vocação da piscicultura”.  

Arquivo Pessoal

Prefeita de Alto Paraguai, Diane Alves

Prefeita de Alto Paraguai, Diane Alves 

Recentemente, a prefeitura distribuiu alevinos de tambaqui e pintado para cerca de 50 famílias que iniciaram na piscicultura. “Isso é um fomento, através do município, para gerar renda para a agricultura familiar. E com isso devemos ter aqui cerca de 150 tanques ativos”, conta Diane. Além disso, no município existe a Associação dos Produtores Rurais de Alto Paraguai (Aprusa), que tem de 15 a 20 produtores ativos, segundo a prefeitura. Apesar dos investimentos, a prefeita revela que a piscicultura ainda não é o setor que sustenta o município.

A agricultura familiar na cidade se apoia no cultivo de limão, maracujá, banana e abacaxi, além dos alevinos. “A gente está sempre correndo atrás de coisas para fomentar a agricultura e coisas que possam gerar receita aqui para o nosso município, principalmente empregos”, reforça.

Segundo o Observatório de Desenvolvimento da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), em 2018, o maior município mato-grossense produtor de peixes foi Nossa Senhora do Livramento, que representou 22,7% do valor total geral produzido no Estado. Esse fato decorre da área e o clima serem favoráveis para o desenvolvimento da piscicultura.

Piscicultura em Mato Grosso

Conforme o Observatório da Sedec, Mato Grosso é o 5º maior produtor de peixes do Brasil, com 49,4 mil toneladas produzidas em 2019, segundo a Associação Brasileira da Piscicultura. De peixe nativo (pacu e tambaqui e seus híbridos tambacu e tambatinga), bagres de couro, Piraputangas e Matrinchã, foi produzido em torno de 46,2 mil toneladas. Já a produção de tilápia participou com 3,1 mil toneladas e a demais espécies somaram produção de 20 toneladas (carpa, truta e panga). Dessa produção, a maior parte é consumida pelo próprio Estado, mas Brasília é a maior importadora da produção de peixes criados em solo mato-grossense.

Mato Grosso se destaca entre as demais unidades federativas por sua disponibilidade hídrica, clima favorável, boa disponibilidade de áreas, grandes safras de grãos (soja, milho, algodão, entre outros que geram matéria prima para ração animal) e ocorrência natural de espécies aquáticas que compatibilizam interesse zootécnico e mercadológico.

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Ainda de acordo com o Observatório, a cadeia produtiva da piscicultura do Mato Grosso apresenta uma heterogeneidade quanto ao porte e ao nível tecnológico dos produtores, verificando-se desde grandes estruturas produtivas, com um perfil empresarial, até pequenos piscicultores familiares com produção voltada para a subsistência e venda de excedentes. São mais de 6,6 mil empreendimentos que desenvolvem aquicultura no Estado.  Em 2019, gerou 309 empregos diretos em Mato Grosso.

O último dado oficial, disponibilizado pelo IBGE (PAM-Produção Agrícola Municipal), aponta que a piscicultura gerou a receita de R$238,1 milhões em 2018 para o Estado. Entre os possíveis fatores que contribuem para o baixo nível de inovação do setor, o Observatório da Sedec destaca o serviço de assistência técnica deficiente e a escassez de pesquisas para as espécies produzidas no estado nas áreas de genética, nutrição e sanidade. A ausência de empresas altamente tecnificadas, que venham a servir de referência tecnológica junto a outros produtores, também é outro fator que contribui para o baixo nível de inovação desta cadeia.(Fonte: Gazetadigital)

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