Mesmo diante da pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, os agricultores familiares Paulo Conceição Pinto e sua esposa, Adriana Aparecida Caixeta, do município de Porto Alegre do Norte (1.125 km a Nordeste de Cuiabá), estão trabalhando na propriedade e ampliando o cultivo com 400 mudas de maracujá Amarelo Gigante numa área de quase um hectare. Os produtores comercializam o fruto no comércio local da cidade e vendem em média 240 quilos de maracujá por mês. A intenção é chegar a 300 quilos do fruto por semana.
Os agricultores do Assentamento Rural Piracicaba, possuem uma área de 19 hectares, onde criam pequenos animais e outros cultivos. A fruticultura é mais uma alternativa de renda para os produtores, que viram os bons resultados na Unidade de Referência Tecnológica (URT) implantada em 2019 pela Prefeitura Municipal em parceria com a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer).
Atualmente os produtores comercializam pelo preço de R$ 5,00 o quilo do maracujá, tendo uma renda mensal de R$ 1.200. O projeto teve início em uma área de mil metros quadrados, com o cultivo de 100 mudas de maracujá. Cientes da pandemia que assola o planeta, os agricultores entendem a gravidade da situação e estão tomando todas as precauções, como o uso de máscaras, lavagem das mãos, utensílios e outros.
O agricultor Paulo é de origem Portuguesa, conheceu a brasileira Adriana na Bélgica, se casaram e vieram para o Brasil. Paulo era agricultor em Portugal e trabalhava com o cultivo de Uva. O técnico em Agropecuária da Empaer, Kássumo Ferreira Araújo Alves, conta que o produtor se identificou muito com cultivo do maracujá, que é uma planta trepadeira que utiliza espaldeira, ou seja, estacas de 2,50 metros de comprimento (com 50 cm enterrados) espaçados de cinco em cinco metros na linha de plantio. “Esse método também é utilizado para o cultivo de uvas”, explica.
No cultivo do maracujá é feita a polinização manual para garantir produtividade.
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O casal faz todo o trabalho da propriedade, lida com animais e outros cultivos. No final da tarde, eles percorrem as plantas de maracujá e realizam a polinização manual. Conforme Kássumo, a polinização artificial é uma técnica utilizada no início do cultivo e quando a lavoura apresenta baixa produtividade por não ocorrer a polinização natural, que é feita pela abelha mamangava.
Ele enfatiza que o maracujá é uma fruta ideal para o plantio em pequena propriedade, pois o seu cultivo exige pouco espaço e requer trabalho manual para realizar a polinização, que pode ser realizada por membros da própria família do produtor. A cultura é indicada para a agricultura familiar, dado ao baixo custo por hectare e o rápido retorno financeiro. O período de colheita varia de seis a oito meses. Plantios efetuados nos meses mais próximos do verão permitem início de colheita mais precoce, em seis meses.
Além da assistência técnica, os técnicos da Empaer estão auxiliando os agricultores no acompanhamento gerencial da produção, conferindo gastos e receitas do processo produtivo. Os agricultores são responsáveis pela coleta dos dados e anotações de tudo que compram e vendem. Segundo Alves, o controle é para verificar se estão obtendo lucro e identificar os pontos de estrangulamento no custo de produção. Os dados serão tabulados com o auxilio dos técnicos.
Unidades de fruticultura
O secretário municipal de agricultura e médico veterinário, Pedro Inácio Nunes Lima Neto, juntamente com os técnicos da Empaer, implantaram 12 Unidades de Referência Tecnológicas (URT) com as culturas do maracujá, acerola, limão e banana, numa área de 500 metros quadrados, nas comunidades rurais do município. A prefeitura forneceu as mudas e insumos para início da produção. Os produtores tiveram a contrapartida para implantação das estruturas tipo estacas e a Secretaria de Agricultura Familiar (Seaf) entregou os kits de irrigação.