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Programa tem conteúdo em libras com informações sobre o coronavírus

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Um projeto desenvolvido por integrantes do Programa de Pós-graduação em Tecnologia em Saúde da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), voluntários e estudantes de outras instituições de ensino divulga informações sobre a pandemia do novo coronavírus (covid-19) para pessoas com deficiência auditiva. Todo o conteúdo publicado no site Unidos pela Saúde LINK 1 utiliza a linguagem de Libras.

O professor e tradutor intérprete Alexsander Pimentel, mestre em Tecnologia da Saúde, disse que os deficientes auditivos estão com dificuldade de acompanhar o volume de artigos e notícias divulgadas diariamente sobre o assunto.

Foi a partir dessa constatação que o grupo resolveu criar o Unidos pela Saúde e produzir vídeos em Libras, a partir de publicações feitas na página do governo do Paraná, para permitir a acessibilidade dessas pessoas e ainda de outras pessoas que visitarem o site.

A ideia é disponibilizar informações também em texto sobre cuidados de saúde. Os vídeos são gravados em um estúdio improvisado dentro da casa de uma das professoras do projeto.

“Houve uma necessidade entre o grupo durante esse período de isolamento de fazer alguma coisa pela sociedade que pudesse ajudar com a divulgação de informações. Foi aí que falei que podíamos fazer isso com acessibilidade e ofereci a minha mão de obra como tradutor, porque acompanho muitas vezes o surdo excluído pela sociedade pela falta de comunicação. Agora, ele está excluso dentro de casa porque não pode sair, com o isolamento. O noticiário não trazia informações para eles e eu via pelas redes sociais as reclamações deles”, disse à Agência Brasil.

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Famílias

Pimentel disse que algumas famílias também não conseguem se comunicar por desconhecer a Libras ou os sinais dos termos técnicos. “A maioria das famílias não têm essa comunicação com eles e não consegue passar o que está acontecendo por causa de alguns sinais que são bem específicos. Eu também observei isso e me disponibilizei para traduzir todas as informações dos profissionais fisioterapeutas, psicólogos, médicos e alunos”, disse.

A equipe multidisciplinar do Unidos pela Saúde conta com 16 pessoas, sendo seis doutorandos e seis mestrandos do programa e uma pós-graduanda em Fisiologia do Exercício, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), duas profissionais voluntárias e um professor do do Programa de Pós-graduação em Tecnologia em Saúde da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

O programador Murilo Rodrigues, bacharel em Sistemas de Informação, mestre na Área de Engenharia Biomédica e doutorando em Tecnologia em Saúde, disse que está satisfeito em poder participar do projeto e poder contribuir com o conhecimento que tem para melhorar a qualidade de vida de outras pessoas.

“É um projeto definitivo que levará à população informação de qualidade sobre todos os assuntos pertinentes à saúde e não somente assuntos sobre a pandemia”, destacou.

A professora tradutora e intérprete de língua portuguesa e espanhola Luana Arrial Bastos, que participa da edição dos vídeos, informou que o material foi preparado em cinco dias no mesmo tempo em que o site era elaborado. “Estamos também publicando no Twitter, no Facebook e no Instagram. Temos todas as redes sociais. São todas do Unidos pela Saúde”, disse.

 Luana também faz a edição dos textos em português. Esse conteúdo também é exibido em Libras.

Segundo Alexsander Pimentel, o conteúdo publicado no site Unidos pela Saúde está sendo compartilhado também na página do governo paranaense. Ele informou ainda que o próximo passo é fazer conteúdo também para os deficientes visuais. “Elas já podem ouvir os áudios dos vídeos, mas vamos preparar outros materiais destinados a elas. Tenho alunos surdos que também têm baixa visão e sei da necessidade deles”, disse, acrescentando que pretendem incluir outros assuntos relacionados à saúde além dos relacionados ao coronavírus.

“Iniciamos agora e estamos ampliando. Tudo que estiver disponível no site e em outras mídias vai ter acessibilidade, tanto para surdos como para cegos”, completou Luana.

Edição: Fernando Fraga

Fonte: EBC Saúde

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