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Coluna – E-Sport é o único esporte possível no momento?

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Por conta da pandemia do novo coronavírus (covid-19), competições esportivas das mais diversas modalidades, para não dizer todas, foram interrompidas como forma de evitar aglomerações e reduzir o risco de contágio da covid-19. Isso culminou na decisão inédita de adiar os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 para o ano que vem.

Embora sejam disputados em arenas digitais, muitos torneios de games também foram paralisados. Isso porque muitos deles contam com partidas presenciais, alguns inclusive com a participação de torcida em arenas lotadas. Porém, mesmo competições online como o Circuito Desafiante de League of Legends (LoL) precisaram ser suspensas. Isso porque todas envolvem o deslocamento de jogadores e funcionários para seus QGs, sem falar na equipe da Riot Games que opera as transmissões em São Paulo.

Nesse meio tempo, floresceram competições amadoras pela internet. A que mais chamou a atenção foi o CBolão, nome que parodia o famoso CBLoL. O torneio sem premiação – organizado pelo streamer Gustavo Baiano – reuniu jogadores e ex-jogadores profissionais em times que remetiam a bem sucedidas formações do passado, além de atrair streamers e gamers amadores famosos. Cada um na sua casa. O objetivo era incentivar doações dos espectadores: todo o dinheiro arrecadado seria revertido a organizações de combate à covid-19. Ao fim, o campeonato conseguiu levantar R$ 125 mil reais e atraiu uma audiência que chegou a bater os 100 mil espectadores simultâneos.

O número de espectadores superou, inclusive,o registrado em competições oficiais que também passaram a adotar o formato online como as ligas oficiais da Europa (LEC) e da América do Norte (LCS) de League of Legends. Assim como esses dois torneios, o CBLoL também vai retornar no próximo fim de semana em disputas inteiramente pela internet. A Riot Games disse ter realizado ajustes na organização do torneio, com o envio de equipamentos e softwares para que os funcionários possam trabalhar remotamente de suas próprias casas.  A empresa também disse que trabalha para minimizar eventuais diferenças de equipamento, como bancadas e disposição de periféricos, e a utilização de dispositivos de desempenho díspares que possam atrapalhar ou tornar as partidas desiguais.

Apesar do retorno de torneios de games fazer a alegria dos torcedores em quarentena, as condições adversas de realização desses campeonatos e o risco de contágio pela covid-19 levaram alguns jogadores a pedirem o cancelamento da LCS, nos Estados Unidos. Segundo um levantamento do jornalista Travis Gafford,  divulgado no último dia 23 – em vídeo publicado no seu canal no Youtube – quase dois terços dos players pediram pela interrupção da liga norte-americana, cujas finais seguem confirmadas para os dias 18 e 19 de abril. Segundo Grafford, a preocupação com a saúde e o desejo de alguns jogadores internacionais de voltarem ao seu país de origem são alguns dos motivos alegados. Vale lembrar que nos últimos dias os Estados Unidos se tornaram o epicentro da epidemia. Já a Coreia do Sul, país que mais exporta jogadores profissionais de LoL, é apontado como referência no combate à covid-19. Por conta disso, o sul-coreano Luci, do Flamengo, optou pelo retorno à terra natal e, portanto, está fora do restante do CBLoL.

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Outras competições que seguiram no ambiente online, com funcionários em home office, foi a Liga Overwatch, que tem sofrido com alguns problemas como falhas de áudio e vídeo, e quedas de conexão. Problemas técnicos que poderiam ser vistos como amadores, mas são compreensíveis levando em conta o contexto atual. Na TV aberta e fechada, tivemos algumas experiências interessantes, como a do canal de televisão FOX, que colocou atletas de verdade para disputar, em partidas amistosas, games oficiais de suas respectivas modalidades, como NASCAR e NFL, com direito a narradores e comentaristas. A Fórmula 1, MotoGP e até a La Liga, campeonato espanhol de futebol, têm adotado estratégias semelhantes.

Será que a moda pega?

 

Edição: Cláudia Soares Rodrigues

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