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Tangaraense denuncia descaso da saúde pública: “pacientes que não forem covid-19, só em caso de emergência”

Cidadão com a irmã no hospital (Imagem: Reprodução)

O morador de Tangará da Serra, Joás Nalini, fez um vídeo contando o caso de sua irmã e declarando sua indignação ao atendimento do sistema público de saúde neste momento, especialmente em Tangará da Serra. Ele conta que sua irmã, com um cisto de 13 cm no abdômen, recebeu alta do hospital municipal de Tangará e a família teve que fazer uma vaquinha para pagar uma cirurgia na rede particular.

Segundo ele, pacientes com outras complicações, outras doenças que não são a Covid-19, estão sendo praticamente deixados de lado. Não estão sendo considerados urgência e emergência. “As vezes a gente lê uma matéria dessa e acha que não é isso, que estão exagerando, mas o que acontece: na terça-feira [semana passada] minha irmã, que é uma sitiante aqui da região de Tangará da Serra, tem um cisto no abdômen e esse cisto veio a girar, deslocar (…) e estava passando por dores terríveis. Foi internada (…) no SUS”, relata, em vídeo, ao contar que a dor da familiar amenizava somente com morfina, dando para entender que era coisa grave. “Deixou a família bastante aflita”.

Assim, ele relatou que a irmã passou por uma primeira avaliação do médico cirurgião, que informou que era caso cirúrgico, mas que deveria seguir os trâmites e passar por uma reavaliação por mais alguns profissionais. Fez mais exames e permaneceu internada por mais três dias. “Porém, no terceiro dia internada e ainda com dores, a gente foi surpreendido com uma médica, falando que não, que tinha sido classificado como cirurgia eletiva. Não era caso de emergência e que era para ela ir para casa”, relembrou, ao contar que a médica disparou a notícia de forma grosseira.

“Alegaram que a orientação é essa: que os pacientes que não forem Covid-19, só em caso de emergência. De quem é essa orientação?”, reclamou, indignado com a situação vivida não somente pela família dele, mas muitas outras de Tangará.

Assim, com a alta clínica, porém ainda com muitas dores, a família, muito aflita, juntou o pouco que tinha, fazendo inclusive empréstimos, e pagou a cirurgia no sistema privado de saúde. “Tinha um cisto de cerca de 13 centímetros, volume em torno de meio quilo, e outros cistos menores. Então a situação era grave”.

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“Estou fazendo esse vídeo porque tem mais casos (…) e isso tem que mudar. O Covid-19 é grave, claro, muito grave, mas tem que ter estrutura para atender as outras pessoas [doenças] também (…) pessoas vão morrer por outros motivos”, desabafou, ao pedir providências dos envolvidos.

OUTRO LADO

Em relação a denúncia, procuramos o secretário Municipal de Saúde, Eris Ponde, que afirmou que não iriam se manifestar, pois o denunciante “adentra no mérito da avaliação feita pelo profissional médico (conduta médica)”.

Nesta segunda-feira, 6, porém, o Município emitiu Nota Pública afirmando que não há qualquer orientação da administração municipal para não atender ou diminuir o atendimento de pacientes com outras patologias. “Portanto, qualquer conduta de algum profissional no sentido de descuidar do atendimento de pacientes com outras patologias sob a justificativa de que não é prioridade está cometendo falta ética, funcional e provavelmente crime, o que deve ser denunciado imediatamente as autoridades competentes por meio da Ouvidoria Municipal do SUS”.

A nota não está relacionada a este caso, mas as orientações são as mesmas.

ORIENTAÇÕES

Sob orientação de decretos estaduais e municipais, e recomendações de conselhos ligados a saúde, todos os procedimentos cirúrgicos eletivos no Estado de Mato Grosso foram suspensos, a fim de que as equipes de saúde e a estrutura física da instituição estejam disponíveis ao atendimento prioritário dos casos de contaminação pelo novo coronavírus.

Porém, em caráter de exceção, não devem sofrer restrição os atendimentos ambulatoriais de acompanhamento de doenças crônicas, as cirurgias oncológicas e cardiovasculares, dada as suas especificidades, assim como os atendimentos de urgência e emergência.

Fonte: Diário da Serra

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